quinta-feira, 6 de junho de 2013

A Quinta Poesia #3 - Poema de Sete Faces (Drummond)

 Faz um tempo que não posto nada aqui no blog, mas é que o meu material de trabalho (ou seja meu computador), estava com defeito e não tiver acesso ao blog, por incrível que pareça eu esqueci a senha e não houve maneira de lembrar. E como todas as senhas estavam gravadas em um doc no computador em questão...
Bom agora que meu computador voltou eu vou começar a preparar muitos posts legais e que espero que seja do agrado de todos.
E como não podia ser de outra maneira eu voltei com "A Quinta Poesia", que consiste em publicar toda quinta-feira uma poesia e falar sobre ela. 
Então aqui vai!


Poema de Sete Faces

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

Carlos Drummond de Andrade

Alguns pontos que merecem serem notados neste poema de Drummond:

  • O poema de sete faces chama-se assim porque esta composto de sete estrofes, e em cada uma delas nos revela os sentimentos do eu-lirico ou um pouco do seu comportamento.
  • Na segunda estrofe ele fala sobre a busca de um desejo sexual descontrolado e que talvez isso seja a razão de sua solidão.
  • Na quinta estrofe o eu-lírico questiona Deus, culpa ao Senhor por te-lo abandonado em mau caminho e por causa disso ele é um fracassado.
  • Na ultima estrofe ele confessa ter se aberto dessa maneira por estar embriagado.
 Eu não sou muito bom analisando poemas mas queria destacar alguns pontos que achei interessante e que me chamaram a atenção.
 Eu gosto muito de folhear os meus livros de literatura em busca de poemas, textos ou até mesmo obras de arte. Isso faz com que me familiarize melhor com o livro que tenho em mãos. E outro dia estava folheando ele por enésima vez quando encontrei este maravilhoso poema de Drummond, que esconde tantas questões e julga a si mesmo de tal maneira que achei incrível.
 E foi por isso que eu trouce uma leve analises deste poema para que todos sintam um pouco do que senti.
Então é isso, espero que vocês tenham gostado tanto quanto eu, e que comecem a ler alguma coisa sobre este autor magnífico !
Beijos e ótimas leitura para todos !!!!


Um comentário:

  1. Ao passar pela net encontrei seu blog, estive a ver e ler alguma postagens é um bom blog, daqueles que gostamos de visitar, e ficar mais um pouco.
    Tenho um blog, Peregrino E servo, se desejar fazer uma visita.
    Ficarei radiante se desejar fazer parte dos meus amigos virtuais, saiba que sempre retribuo seguido também o seu blog. Minhas saudações.
    António Batalha.

    ResponderExcluir

Próxima Página Home