quinta-feira, 9 de maio de 2013

A Quinta Poesia #2 - Pablo Neruda Poema 20

 A poesia de hoje foi tirada do livro Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada. Eu li este livro no primeiro ano do ensino médio, e foi com ele que eu aprendi a gostar de poesia. Eu não sei classificar e nem identificar todos os elementos de uma poesia, mas penso que só em ler,  já me sinto melhor.
 Este tipo de livro é tipo de consulta, sempre que precisar de um pouco de amor é só abrir e ler um de seus poemas, este que hoje vou apresentar é um dos melhores para min. 
 Então é isso, espero que vocês gostem tanto quanto eu, este vídeo contem o seu poema em seu idioma de origem, eu o coloquei aqui porque achei interessante mostrar a musicalidade que tem este poema.


Pablo Neruda Poema 20

Posso escrever os versos mais tristes esta noite. 
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe". 
O vento da noite gira no céu e canta. 

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.

Eu amei-a e por vezes ela também me amou. 
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito. 

Ela amou-me, por vezes eu também a amava.

Como não ter amado os seus grandes olhos fixos. 
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi. 

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.

E o verso cai na alma como no pasto o orvalho. 
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo. 

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.

A minha alma não se contenta com havê-la perdido. 
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo. 

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.

Nós dois, os de então, já não somos os mesmos. 
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido. 

De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.

A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos. 
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento. 

Porque em noites como esta tive-a em meus braços,

a minha alma não se contenta por havê-la perdido. 
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.

Poema 20 Pablo Neruda

Puedo escribir los versos más tristes esta noche. 

Escribir, por ejemplo: «La noche está estrellada, 
y tiritan, azules, los astros, a lo lejos.» 

El viento de la noche gira en el cielo y canta. 

Puedo escribir los versos más tristes esta noche. 
Yo la quise, y a veces ella también me quiso. 

En las noches como ésta la tuve entre mis brazos. 
La besé tantas veces bajo el cielo infinito. 

Ella me quiso, a veces yo también la quería. 
Cómo no haber amado sus grandes ojos fijos. 

Puedo escribir los versos más tristes esta noche. 
Pensar que no la tengo. Sentir que la he perdido. 

Oír la noche inmensa, más inmensa sin ella. 
Y el verso cae al alma como al pasto el rocío. 

Qué importa que mi amor no pudiera guardarla. 
La noche está estrellada y ella no está conmigo. 

Eso es todo. A lo lejos alguien canta. A lo lejos. 
Mi alma no se contenta con haberla perdido. 

Como para acercarla mi mirada la busca. 
Mi corazón la busca, y ella no está conmigo. 

La misma noche que hace blanquear los mismos árboles. 
Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos. 

Ya no la quiero, es cierto, pero cuánto la quise. 
Mi voz buscaba el viento para tocar su oído. 

De otro. Será de otro. Como antes de mis besos. 
Su voz, su cuerpo claro. Sus ojos infinitos. 

Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero. 
Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido. 

Porque en noches como ésta la tuve entre mis brazos, 
Mi alma no se contenta con haberla perdido. 

Aunque éste sea el último dolor que ella me causa, 
y éstos sean los últimos versos que yo le escribo.





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